quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Análise Sintática 16 - Orações Coordenadas Sindéticas

Agora que já estamos familiarizados com as orações coordenadas, precisamos aprender as classificações das sindéticas.

De um modo geral, classificam-se pelo sentido que as conjunções transmitem, quase da mesma meneira que as subordinadas adverbiais. Vamos a elas:
  • ADITIVA: estabelecem relação de adição, soma. Exemplo: Caiu a chuva e a plantação cresceu. Principais conjunções: e, nem, mas também.
  • ADVERSATIVA: estabelecem relação de oposição. Exemplo: Tentei viajar com meu filho, mas ele não quis ir. Principais conjunções: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, e.
  • ALTERNATIVA: estabelecem relação de alternância. Exemplo: Ou arruma seu quarto, ou limpa o banheiro! Principais conjunções: ou ... ou, ora ... ora, ... , quer ... quer.
  • CONCLUSIVA: estabelecem relação de conclusão. Exemplo: Você descobriu uma nova espécie de peixe, logo vá pegar seu prêmio. Principais conjunções: logo, portanto, pois (depois do verbo), então.
  • EXPLICATIVA: estabelecem relação de explicação. Exemplo: Fica tranquilo, que eu cuido dela. Principais conjunções: pois, porque, que.
Legenda:
Orações Coordenadas Assindéticas
Orações Coordenadas Sindéticas
A classificação das coordenadas é basicamente analisar suas conjunções, pois, desta vez, as conjunções são mais específicas. Com exceção, por exemplo, do e, que quando estiver adicionando uma informação, é aditiva; quando contrapondo, adversativa; meio óbvio, mas pode virar pegadinha. Como nos casos abaixo:
Estudei para a prova e fui bem. --> Oração Coordenada Sindética Aditiva
Estudei para a prova e fui mal. --> Oração Coordenada Sindética Adversativa
Outra informação importante é que sempre se separa as orações coordenadas com vírgulas, menos nas aditivas, e nas alternativas é opcional.

Obrigado por ler!
James Juice

Análise Sintática 15 - Orações Coordenadas

Bom, continuando o assunto sobre os períodos compostos, vamos estudar as ORAÇÕES COORDENADAS.

As orações coordenadas apenas possuem relação semântica, diferentemente das subordinadas, que possuem também relação sintática. Ou seja, as coordenadas fazem sentido seperadamente. Exemplo:
O mestre morreu, mas deixou seguidores.
A oração O mestre morreu tem sentido sozinha, assim como deixou seguidores, portanto não possuem relação sintática; mas a conjunção mas deixa-as dependerem semanticamente da outra, em uma relação de oposição. Quando houver conjunções, a oração coordenada será SINDÉTICA, quando não, será ASSINDÉTICA. Por exemplo:
O tempo passa, a vida continua. --> Orações Coordenadas Assindéticas

A vida continua
, mas o tempo passa --> Oração Coordenada Assindética / Oração Coordenada Sindética
Percebeu que não há oração principal? Como as coordenadas não dependem sintaticamente de outra, não há razão para ter uma principal, ou seja, uma "mandar" na outra. Acompanhe meu raciocínio: imaginem uma indústria. Nela, há os chefes e os subordinados; mas só há chefes, porque existem subordinados e vice-versa, como nas orações subordinadas. Agora, as orações coordenadas seriam comparadas a sócios, que não se subordinam, mas precisam um do outro.

As coordenadas sindéticas podem ser confundidas com as subordinadas adverbiais. Mas é fácil resolver: basta inverter a ordem das orações. Se fizer sentido, será adverbial; caso contrário, será coordenada sindética. Dessa maneira:
A quadra está molhada, porque choveu. --> Porque choveu, a quadra está molhada (fez sentido, portanto Oração Subordinada Adverbial)

Choveu, porque a quadra está molhada. --> Porque a quadra está molhada, choveu (não fez sentido, portando Oração Coordenada Sindética)
Dá para resolver esse dilema analisando os sentidos que elas exprimem: no primeiro exemplo, chover é a causa da quadra estar molhada; já na segunda, a quadra estar molhada é apenas uma explicação de chover, uma pista de ter chovido.

Obrigado por ler!
James Juice

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Análise Sintática 14 - Orações Subordinadas Adverbiais

Finalmente, a última parte sobre as Orações Subordinadas, as ADVERBIAIS.

Tudo começa da mesma maneira que as outras: identifique a conjunção, que também é integrante, como já dito, separe a oração principal da subordinada. Pronto, acabou! Mas ainda precisamos saber suas classificações. Basicamente, devemos classificar as orações através do sentido que elas transmitem. Um exemplo:
Seu cachorro não é mais o mesmo porque está possuído. --> Oração Subordinada Adverbial Causal
A oração classifica-se como causal, pois expressa a causa do cachorro não ser mais o mesmo. Mas agora vamos às classificações:
  • CAUSAL: eu já disse, mas vou repetir. Expressa a causa da oração principal. Exemplo (outro): Como choveu muito, não fui ao parque. Principais conjunções: como (no início da oração), uma vez que, porque.
  • CONDICIONAL: expressa condição. Exemplo: Você pode ir pra balada contanto que saia com um cadeado na calcinha. Principais conjunções: se, ao mesmo que, desde que, contanto que.
  • CONSECUTIVA: expressa consequência (sem trema). Exemplo: O susto foi tamanho que seu coração parou. Principais conjunções: tão /tamanho/tanto ... que.
  • CONFORMATIVA: expressa conformidade. Exemplo: Como eu tinha dito, vocês vão morrer! Principais conjunções: como, conforme, segundo.
  • CONCESSIVA: expressa concessão. Exemplo: Mesmo que não chova, não vou ao parque. Principais conjunções: embora, mesmo que, ainda que.
  • COMPARATIVA: expressa comparação. Exemplo: Como uma grande garça branca voando nos céus do Pantanal, você alegra meu coração. Principais conjunções: como, mais/menos ... (do) que.
  • FINAL: expressa finalidade. Exemplo: Para que você me ouça bem, gritarei. Principais conjunções: para que, a fim de que, que.
  • PROPORCIONAL: expressa proporção. Exemplo: À medida que você gritava, eu ouvia melhor. Principais conjunções: à proporção que, à medida que, quanto mais/menos ... que.
  • TEMPORAL: expressa tempo. Exemplo: Quando você gritou, eu ouvi perfeitamente. Principais conjunções: quando, enquanto, logo que, desde que.
Ufa! Acabou, são tantas! Nove! Mas para facilitar a decoreba, lembre-se de que seis deles começam com a letra C. Agora preciso dar algumas informações importantes antes de terminar o post:
  • Vou dizer (ou escrever) novamente para frisar: a classificação das adverbiais é definida pelo sentido que elas transmitem.
  • Percebeu que coloquei algumas conjunções. São para deixar mais fácil a classificação das orações (rimou), pois, de algumas delas, dá-se para classificar apenas vendo a conjunção. Mas lembro que não foram escritas todas, apenas as principais.
  • Algumas conjunções não são específicas de um tipo, às vezes, ela pode servir para outros como você pode observar nos exemplos acima. A conjunção como serviu para três tipos, portanto é sempre bom analisar o sentido que elas exprimem antes.
  • Tente substituir algumas conjunções por outras de mesmo sentido para confirmar o tipo ao qual pertence. Exemplo: Como eu tinha dito por Conforme eu tinha dito, confirmando que é uma oração conformativa.
  • Como as subordinadas adverbiais fazem papel de advérbios, precisam estar no final do período para estar na ordem direta. Se não estiverem, vêm acompanhadas de vírgulas, seja no início ou no meio. Lembrando que colocar vírgulas, quando estiverem no fim, também não é errado.
Acho que é só!

Obrigado por ler!
James Juice

Análise Sintática 13 - Orações Subordinadas Substantivas

Bom, existem também as Orações Subordinadas SUBSTANTIVAS (Jura?! Dá pra ver isso no título, né?)

As Orações Subordinadas Substantivas servem como termos sintáticos que estão faltando na oração principal. Exemplo:
Esta situação exige que sejamos cuidadosos.
A conjunção que separa as orações é o que. Na oração principal (Esta situação exige), percebe-se que falta um pedaço dela, pois quem exige, exige algo, portanto está faltando o objeto direto. A continuação dessa oração é outra oração, ou seja, que sejamos cuidadosos é uma Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta! Simples... É importante saber que o nome da conjunção que divide as orações é CONJUNÇÃO INTEGRANTE. Apenas, nas adjetivas que há pronomes relativos, nas outras são conjunções integrantes.

Ela se chama substantiva, pois se transformarmos a oração subordinada em uma palavra, ela seria um substantivo. Voltemos ao exemplo anterior:
Esta situação exige que sejamos cuidadosos. --> Oração Substantiva
Esta situação exige cuidado. --> Substantivo
Agora vamos aos tipos de substantivas:
  • SUBJETIVA: é quando a oração substantiva equivale ao sujeito. Exemplo: É necessário que todos passem no exame. DICA: Substitua a oração por ISTO e ponha na ordem direta e veja se faz sentido. Deste modo: ISTO é necessário (fez sentido).
  • PREDICATIVA: é quando equivale ao predicativo do sujeito. Exemplo: A necessidade é que todos passem no exame.
  • OBJETIVA DIRETA: é quando equivale ao objeto direto. Há um exemplo acima, mas vou dar outro: Ele admitiu que errou.
  • OBJETIVA INDIRETA: é quando equivale ao objeto indireto. Exemplo: Gosto de que massageie meus calos.
  • COMPLETIVA NOMINAL: é quando equivale ao complemento nominal. Exemplo: Eles estão confiantes de que vencerão.
  • APOSITIVA: é quando equivale ao aposto. Exemplo: Pedimos a todos uma coisa: que salvem as baleias!
Como as subordinadas substantivas são como termos da oração num período simples, NUNCA as separe com vírgulas! É como dizer: Eu, gosto, de chocolate. Não faça isso!

Na maioria dos casos de substantivas, as orações se iniciam com conjunções integrantes (que/se), mas pode acontecer de virem introduzidas por pronomes interrogativos (quem, que, qual etc) ou advérbios interrogativos (onde, como, quando etc), que funcionam da mesma maneira. Por exemplo:
  • Pronome interrogativo: O mundo ainda não descobriu qual é a fórmula do rejuvenescimento.
  • Advérbio interrogativo: Todos perguntam quando terão fim a fome e a pobreza.
Ainda tem mais!

Obrigado por ler!
James Juice

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Análise Sintática 12 - Orações Subordinadas Adjetivas

Agora que já sabemos o que são as orações subordinadas, vamos aprender sobre suas classificações, começando pelas Orações Subordinadas ADJETIVAS.

Primeiramente, precisamos saber o que são adjetivos. Esse é um assunto para outro post, pois se trata de outro ramo da gramática, a morfologia; mas, brevemente, os adjetivos são características, atributos dados aos substantivos. Por exemplo:
Rio de Janeiro é uma cidade litorânea.
Rio de Janeiro é uma cidade do litoral.
Rio de Janeiro é uma cidade que fica no litoral.
Note que as três frases têm o mesmo sentido, porém a informação foi passada de maneiras diferentes. Na primeira, a palavra litorânea é um adjetivo; na segunda, as palavras do litoral são uma locução adjetiva e têm valor de adjetivo; na última, há uma oração inteira substituindo um adjetivo! Viu? O terceiro exemplo apresenta uma oração, que é subordinada, pois sozinha não faz sentido, e é adjetiva, pois tem o mesmo valor de um, portanto, pode-se classificá-la como ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA.

NOTA: Há orações adjetivas que não podem ser tranformadas em adjetivos.

Dentro das orações subordinadas adjetivas, existem mais dois tipos: as EXPLICATIVAS e as RESTRITIVAS. Exemplos:
Os alunos, que foram mal no exame, sairão mais tarde da escola. --> Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Os alunos que foram mal no exame sairão mais tarde da escola. --> Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
A diferença entre elas, visualmente, é que uma tem vírgulas e a outra não. Mas, semanticamente, a diferença é mais profunda: na primeira, as vírgulas apenas expressam uma explicação, ou seja, todos os alunos foram mal na prova e todos sairão mais tarde, generalizando-os; na segunda, a falta de vírgulas restringe os alunos, de modo que apenas os alunos que foram mal no exame sairão mais tarde e não todos. Não é tão complicado assim, né?

Outra coisa importante e que facilita a compreensão é saber que uma oração subordinada adjetiva sempre se inicia com um PRONOME RELATIVO. Pronomes relativos também são assunto para outro post, mas, de um modo geral, são fragmentos que substituem palavras, evitando a repetição delas. Exemplo:
Todos choraram a perda do carro. O carro era novo.
Todos choraram a perda do carro que era novo.
Viram como identificar um pronome relativo? Se ainda acha difícil, basta substituir o que por o qual, os quais, a qual, as quais, etc, se der certo, o tal que é um pronome relativo. Desta forma:
Todos choraram a perda do carro que era novo.
Todos choraram a perda do carro o qual era novo. --> deu certo!

Lembre que o mundo está morrendo.
Lembre o qual o mundo está morrendo. --> NÃO deu certo!
Concluindo, se você encontrar um período composto e houver pronome relativo, com toda certeza é uma Oração Subordinada Adjetiva, que pode ser Explicativa ou Restritiva.

Obrigado por ler!
James Juice

Análise Sintática 11 - Orações Subordinadas

Vamos, então, estudar os períodos compostos, começando pelas ORAÇÕES SUBORDINADAS!

Orações Subordinadas são aquelas que dependem sintaticamente e semanticamente de outra. Não entendeu? É aquela que não faz sentido algum sozinha. Vamos a um exemplo para facilitar:
Você fede como um gambá defecando em cima do vômito dum cadáver.
Percebe-se que há dois verbos na frase: fede e defecando. E podemos dividir esse período em dois: Você fede e como um gambá defecando em cima do vômito dum cadáver. Cada verbo é uma oração, portanto, dois verbos, duas orações. Para dividi-la devemos encontrar a conjunção que é, no caso, como (às vezes, pode ser um pronome). Repare nessas duas orações, qual delas não faz sentido sozinha? Tempo: tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac! O tempo acabou. Qual é a resposta? Se eu disser Você fede, você vai entender perfeitamente. Agora, se eu disser como um gambá defecando em cima do vômito dum cadáver somente, você vai sentir falta de algo para fazer algum sentido. Conclusão: como um gambá defecando em cima do vômito dum cadáver é uma Oração Subordinada, pois depende da outra, que tem sentido completo, por isso ela é chamada de ORAÇÃO PRINCIPAL. Resumindo, a oração que se encaixa dentro de outra recebe o nome de subordinada; a oração dentro da qual se encaixa uma subordinada chama-se principal.

Essa foi só uma introdução ao assunto das subordinadas. Ainda tem mais.

Obrigado por ler!
James Juice

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Análise Sintática 10 - Orações Subordinadas e Coordenadas

Olá!

Este post é só para introduzir esse novo assunto, que não deixa de fazer parte da Análise Sintática. Até agora estudamos os termos da oração, no período simples, ou seja, a relação de cada palavra dentro de apenas uma oração. Pois a partir de agora, estudaremos os períodos compostos, ou seja, a relação que cada oração tem com outra, e não mais os termos que pertecem a ela. Isso quer dizer que teremos vários verbos, consequentemente, várias orações para analisar.

Exemplos:
Explodi um mágico com um fósforo. --> PERÍODO SIMPLES (1 verbo)

Se você não comer todo o jiló, faço você engoli-lo por trás. --> PERÍODO COMPOSTO (3 verbos, no caso)
Obrigado por ler!
James Juice