quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Figuras de Linguagem - Figuras de Palavra II

Identificamos no post anterior as figuras de palavra decorrentes das relações de similaridade e comparação. Ainda nos faltam estudar duas delas.

A palavra contiguidade parece estranha até pra mim e dá vontade de usar o corretor automático para corrigir, mas é isso mesmo: contiguidade. Segundo o dicionário, é o estado daquilo que é contíguo, adjacente, próximo, semelhante, vizinho. Agora ficou mais fácil, né? Não? Ok, vamos aplicar a uma frase:
Odeio ter que ler Machado de Assis para não repetir na escola.
Provavelmente você não deve ter notado, mas há algo até engraçado na frase acima. Imagine Machado de Assis. Sim, aquele cara mulato barbudo com óculos das fotos. Agora o imagine com letras pelo corpo todo, totalmente escrito e alguém lendo sua pele. Uma situação no mínimo inusitada. Quem afirmou a frase não quis dizer isso exatamente, devia estar se referindo a obra de Machado, mas optou por substituir a obra pelo autor. Que tipo relação essas palavras possuem entre si? Similiridade? O autor e a obra têm características semelhantes? Acho que não. Comparação? Hm, muito menos. Associação? Ainda nem vimos isso! Só pode ser a tal da contiguidade. O autor e a obra possuem sentidos próximos, adjacentes, vizinhos, uma relação contígua, como se houvesse algo que ligasse as duas, uma interdependência entre elas. Quando isso ocorre, dizemos que se trata de uma metonímia.
6. METONÍMIA
Só para efeito de organização do post, vou repetir a definição de metonímia. É a figura de consiste na substituição de uma palavra por outra em razão de haver entre elas uma relação de interdependência, de contiguidade, de proximidade. São muitos os tipos que uma metonímia pode assumir, vamos exemplificar alguns.

  • "Senhora, partem tão tristes
    Meus olhos por vós, meu bem" (João Ruiz de Castelo Branco)
    Parte (olhos) pelo todo (pessoa que parte)
  • Ler Marx engrandece a alma do ser humano.
    Autor (Marx) pela obra (sua literatura)
  • Alguém tem uma gilete por aí?
    Marca (gilete-Gilette) pelo produto (lâmina de barbear)
  • Estou com uma vontade de tomar um copo de leite.
    Continente (copo) pelo conteúdo (leite)
  • Não fume dentro da minha casa, sou alérgica a cigarro.
    Causa (cigarro) pelo efeito (fumaça)
  • Seus cabelo brancos exigiam respeito.
    Efeito (cabelos brancos) pela causa (velhice)
  • Para de ser corinthiano!
    Abstrato (corinthiano) pelo concreto (burrice)
  • Não duvide do espírito de vingança dos mortais.
    Gênero (mortais) pela espécie (seres humanos)
  • A mulher foi chamada às ruas na luta por seus direitos.
    Singular (a mulher) pelo plural (as mulheres)
Ainda há:
  • Possuidor pelo possuído
  • Matéria pelo objeto
  • O lugar pelo produto dele
  • Instituição pelo que representa
  • O inventor pelo invento
  • A matéria pelo objeto
  • A forma pela matéria
  • Indivíduo pelas classes
  • Instrumento pela pessoa que utiliza
  • Símbolo pelo objeto simbolizado
  • Símbolo pela coisa simbolizada
    Ufa...
Não há mais distinção entre metonímia e SINÉDOQUE, havendo entre ambos relação de extensão. Por ser mais abrangente, o conceito de metonímia prevalece sobre o de sinédoque.
7. ANTONOMÁSIA
Não deixa de ser mais um tipo de metonímia. É a substituição de um nome próprio por um atributo conhecido. Por exemplo:
  • Filho de Deus (Jesus Cristo); Rainha do pop (Madonna); Rainha dos baixinhos (Xuxa); Poeta dos escravos (Castro Alves); Boca do Inferno (Gregório de Matos), etc.
Alguns autores costumam separar a antonomásia da PERÍFRASE. Caso haja distinção, a perífrase está relacionado a lugares, enquanto a antonomásia a pessoas e instituições. Por exemplo:
  • Rei do Futebol (Pelé); Porco (Sociedade Esportiva Palmeiras); Poeta da Vila (Noel Rosa) -->; Antonomásia
  • Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro); Terra da Garoa (São Paulo); País do Futebol (Brasil) -->; Perífrase
8. HIPÁLAGE
Tipo desdobrado da metonímia que consiste em atribuir a um ser ou coisa uma qualidade ou ação logicamente pertencente a outro ser. Eça de Queirós quando escreveu "“As tias faziam meias sonolentas.”, mesmo sonolentas estar se referindo sintaticamente a meias, semanticamente é uma atribuição das tias, elas que de fato estavam sonolentas. Exemplos:

Exemplos na literatura: 
  • "fumar um pensativo cigarro" (Eça de Quirós)
  • "Abria os olhos molhados de culposas lágrimas." (Camilo C. Branco)
Exemplos na não-literatura:
  • À meia noite, o lápis e a borracha mostravam sinais de cansaço.
  • Um enxame negro de gafanhotos rapidamente devastou a colheita..
9. FIGURAS DE ASSOCIAÇÃO
Podemos citar algumas figuras que possuem um relação de associação, como a ALUSÃO, a ALEGORIA e o SÍMBOLO ou EMBLEMA. Algumas possuem um caráter metafórico, mas o importante é que remetem a ideiais, conceitos, filosofias, qualidades, ações amplos num universo mais restrito. Todas consistem um exprimir uma ideia em outro plano, seja fazendo uma referência ou uma representação de algo. Exemplicar essas figuras é complicado, pois raramente se mostram em poucas palavras, geralmente são identificados como se a víssemos de cima. Parece vago? Pois está mesmo, se precisarem, dedico um post inteiro a essas figuras, mas imagino que por hora já está bom.

Obrigado por ler!
James Juice

sábado, 3 de dezembro de 2011

Figuras de Linguagem - Figuras de Palavras I

Comecemos nossos estudos sobre as figuras de linguagem com as de palavras.

As figuras de palavra consistem na substituição de uma palavra por outra em decorrência de algum tipo de relação que elas possuam. Podemos enumerar essas relações em quatro principais:
  1. Similaridade
  2. Comparação
  3. Contiguidade
  4. Associação
Começando do primeiro mesmo, a palavra similaridade vem, obviamente, de similar, ou seja qualidade daquilo que é similar, semelhante. Ainda não deve estar claro, vamos exemplificar aplicando a um exemplo:
Seu chefe está uma fera.
Quem afirmou essa frase não acha que a tal chefe está simplesmente bravo, ou muito bravo, ela está uma fera. Houve aí um emprego especial de uma palavra, uma substituição de bravo, por exemplo, para fera. Havendo uma substituição de uma palavra por outra, detectamos aí um figura de palavra, mas qual? Que tipo de relação essas palavras têm entre si? Bom, notamos que o chefe está bravo. Uma fera normalmente costuma se comportar de forma agressiva. Logo, o chefe parece demonstrar certos comportamentos próximos a uma fera; características de ambos parecem ser semelhantes; tanto o chefe quanto a fera se mostram, pelo menos temporariamente, numa relação de... similaridade! Quando esse tipo de relação ocorre, nomeamos a tal figura de linguagem como metáfora.

1. METÁFORA
Como vimos acima, a metáfora é a substituição de uma palavra por outra por uma relação de semelhança. Ela não deixa de ser uma comparação, mas uma comparação subentendida, quando a deixamos clara, trata-se de outra figura de linguagem. É também uma relação não real, é como se nós permitíssemos que duas coisas totalmente diferentes sejam postas no mesmo plano de existência, como o chefe e a fera. A metáfora também possui um caráter subjetivo e momentâneo, se a tornarmos permanente, estaríamos novamente falando de outra figura de linguagem. Vocês podem perceber que a metáfora é bem mais complexa do que parece e é como a mãe de outras de sua classe, mas basta entender que ao se deparar com uma comparação implícita cujas palavras em questão possuem algum tipo de semelhança, estamos falando de uma metáfora. Mas exemplos sempre facilitam a compreensão.

Exemplos na literatura:
  • "Meu pensamento é um rio subterrâneo." (Fernando Pessoa)
  • "Teu corpo é a brasa do lume" (Manuel Bandeira)
  • "Amor é fogo que arde sem se ver" (Luís de Camões)
  • "Perdi-me dentro de mim/Porque eu era labirinto," (Mário de Sá Carneiro)
  • "... Por o pé no chão do seu coração..." (Carlos Drummond de Andrade)
Exemplos na não-literatura:
  • Ele é um anjo.
  • Minha boca é um túmulo.
  • Como esta rua está deserta.
  • A Amazônia é o pulmão do mundo.
  • Encontrei a chave do problema.
2. CATACRESE
Lembra quando falamos que a metáfora possui um caráter momentâneo? Então, esse é um ponto importante, pois se ela se cristalizar, passa a ser uma catacrese. Como assim? É Quando uma metáfora se desgasta e passa a fazer da língua, perdendo sua conotação poética. Já prestou atenção na expressão "pé da cadeira"? Não há uma metáfora aí? O pé humano é comparado implicidamente com aquele pedaço de madeira sem nome que parece ter a mesma função do membro da nossa anatomia, porém ninguém mais pensa nisso, ninguém lembra, ela perdeu seu caráter metafórico inicial e se estagnou, se tornando uma catacrese. Apesar do nome de doença, ela está muito presente no nosso dia-a-dia:
  • Boca do fogão, braço do sofá, dente de alho, embarcar no trem, etc.
3. PERSONIFICAÇÃO (ou PROSOPOPEIA)
Outra figura que deriva da metáfora, porém consiste na atribuição de características, sentimentos e atitudes humanos a animais, vegetais ou seres inanimados. Por exemplo, na frase "O verão nascia naquela manhã", não deixa de haver uma metáfora, pois o verão parece passar pelo mesmo momento em que todos nós passamos no nosso primeiro dia no mundo, mas simbolicamente, metaforicamente, pois nascer é uma virtude humana. Emprestar uma característica humana ao verão define o que chamamos de personificação. Exemplos:

Exemplos na literatura:
  • "A Bomba atômica é triste,
    Coisa mais triste não há
    Quando cai, cai sem vontade." (Vinícius de Morais)
  •  “As casas espiam os homens
    Que correm atrás das mulheres.” (Carlos Drummond de Andrade)
  • “Os prédios são altos e se espreitam traiçoeiramente com binóculos na sombra”. (Rubem Braga)
Exemplos na não-literatura:
  • A lua beijava a face do lago adormecido.
  • O chá está pronto, quando o bule apitar.
  • "A lua me traiu" (Calypso)
 4. SINESTESIA
É uma metáfora que nasceu do cruzamento dos sentidos humanos (audição, tato, olfato, visão e paladar). Complicado? É simplesmente a fusão de sensações diferentes numa só impressão. Observe o trecho a seguir de Giuliano Fratin: "Como era áspero o aroma daquela fruta exótica". Veja como o autor mescla o áspero (tato) e o aroma (olfato) numa mesma expressão. Exemplos:

Exemplos na literatura:
  • "Na floresta uma luminosidade perfumada aquecia os pássaros" (Giuliano Fratin)
  • "Sobem nas catedrais os neblinantes
    Incensos vagos, que recordam hinos..." (Cruz e Souza)
Exemplos na não-literatura:
  • Esse tênis já está fedendo azedo.
  • Um silêncio dolorido presenciamos ontem no velório.
5. COMPARAÇÃO (ou SÍMILE)
Quando se trata de uma relação de comparação explícita, caracterizamos a figura como comparação. Ou seja, quando o elemento comparativo é evidente. Exemplo: 

Exemplos na literatura:
  • "De sua formosura
    deixai-me que diga:
    é tão belo como um sim
    numa sala negativa
    " (João Cabral de Melo Neto)
  • "A via-láctea se desenrolava
    Como um jorro de lágrimas ardentes (Olavo Bilac)
Exemplos na não-literatura:
  •  Seu corpo é como o de uma sereia.
  • Seu pai parecia um leão discutindo com sua mãe.
OBS: Metáfora X Comparação

Você já deve entender cada um separadamente, mas para fins escolores, a diferença reside basicamente no uso do conectivo comparativo (como, qual, etc)Por exemplo:

O coração dele é de pedra. >>>> Metáfora
O coração dele é como pedra >>>> Comparação

Obriga... ops, não é com essa cor!
Obrigado por ler!
James Juice

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Figuras de Linguagem

Antes de mais nada, deem uma olhadinha em um dos poemas mais famosos de Camões.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade

É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Luís de Camões
Bonito, não? Já parou para pensar o porquê é tão bonito? Ok, você pode achar cafona, mas não pode negar que há um trabalho feito com as palavras de maneira que seu conteúdo fique mais profundo, mais, obviamente, poético. Camões podia simplesmente escrever "O amor é contraditório", "O amor é um sentimento forte que não se explica", "O amor é bom", "O amor é bacana", mas não seria consagrado um dos maiores poetas da literatura clássica portuguesa, até mundial. É aí que a linguagem literária se distancia da linguagem comum.

Essas estratégias que o autor pode aplicar para atingir determinados efeitos ao texto, tornando-o mais expressivos, mais intensos, mais surpreendentes são as tais figuras de linguagem (ou de estilo ou de retórica); é uma forma de expressão que consiste no uso de palavras em sentido figurado, isto é, em um sentido diferente daquele em que elas normalmente são empregadas; é um recurso linguístico para expressar experiências comuns de forma diferente, conferindo originalidade, emotividade e poeticidade ao discurso. Mas nós, reles mortais, também usamos figuras de linguagem no nosso cotidiano para atingir certos efeitos que às vezes nem as percebemos.

Podemos classificá-las em pelo menos quatro grupos diferentes. Observe abaixo alguns exemplos retirados de Camões acima (acabei de usar uma antítese e uma metonímia... ops, esqueci que vocês ainda não sabem sobre elas, mas não se preocupem, daqui a pouco entenderão):
  1. "Amor é fogo que arde sem se ver"
  2. "É um contentamento descontente"
  3. "É ter com quem nos mata lealdade"
  4. "É nunca contentar-se de contente"
Só nesse poema, há muitas outras figuras de linguagem, mas foquemos apenas nessas quatro por enquanto:
  1. O autor não simplesmente adjetiva o amor como, por exemplo, "contraditório", "bacana", "algo muito legal", ele compara poeticamente com o "fogo que arde sem se ver", pois, para ele, há características em comum entre ambos. A esse tipo de comparação, damos o nome de metáfora, e a esse tipo de figura de linguagem, damos o nome de Figuras de Palavras (ou tropos).
  2. Nesse exemplo, notamos algo até engraçado: como um contentamento pode ser descontente? Há um jogo com as ideias que essas palavras trazem, de modo que o resultado fique contraditório, mas interessante. A esse efeito, damos o nome de paradoxo, e a esse tipo de figura de linguagem, damos o nome de Figuras de Pensamento.
  3. À primeira vista, não há nenhuma brincadeira feita através das palavras ou das ideias nesse verso, mas há uma inversão da ordem natural dos termos da oração ("É ter lealdade com quem nos mata" seria o ideal), produzindo um efeito diferente e a rima com "vontade" dois versos acima. A essa mudança de posição, damos o nome de hipérbato, e a esse tipo de figura de linguagem, damos o nome de Figuras de Construção ou de Sintaxe.
  4. No último exemplo, vamos apenas nos focar na sonoridade do verso. Repita-o algumas vezes e vai notar que há um repetição de sons muito próximos: uma nasalização de vogais (nUN, cON, tEN); fonemas que chamamos de oclusivas (Ca, Con, Ten, Tar, De, Te), que do ponto de vista fonológico da língua são muito parecidos. A essa repetição de sons vocálicos, damos o nome de assonância, à de consoantes, aliteração, e a esse tipo de figura de linguagem, o nome de Figuras de Som ou de Harmonia.
Bom, vimos que as figuras de linguagem podem aparecer de diversas maneiras e não estão só à disposição dos grandes escritores, nós mesmos fazemos uso delas tanto quanto sem perceber, você irá notar isso nos próximos posts quando estudaremos figura por figura.
Obrigado por ler!
James Juice

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vídeo - Pleonasmo

Olá, gente!

Estou de volta com um vídeo excelente sobre pleonasmo!
É muito bom mesmo e qualquer semelhança é (ou não) mera coincidência.
Deliciem-se.
"Nóis na Fita" com Marcius Melhem.



Muito bom, né? Se não achou, problema seu. Eu gostei.

Obrigado por assistir!
James Juice

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Análise Sintática 18 - Orações Reduzidas

Chegamos a última parte sobre a temida Análise Sintática, não que ela acabe por aqui, pois ainda é extensa. São as ORAÇÕES REDUZIDAS.

Orações Reduzidas ocorrem quando servem como orações subordinadas, porém sem conectivos (conjunções integrantes ou pronomes relativos), ou seja, de forma reduzida. Um exemplo para facilitar a compreensão:
Tunando meu carro, vou pegar todas as gatinhas!
Percebeu que há duas orações, né? Tunando meu carro e vou pegar todas as gatinhas. Qual delas não tem sentido sozinha? vou pegar todas as gatinhas, certo? ERRADO! É Tunando meu carro, então é a subordinada. Mas ela não vem com nenhum conectivo. A oração inicia-se com um verbo no gerúndio. A partir daí, podemos tirar uma conclusão: orações reduzidas SEMPRE se iniciam com verbos em suas formas nominais, infinitivo (os verbos terminados em -r), gerúndio (verbos terminados em -ndo) ou particípio (verbos terminados em -do).

Ainda falta classificar a oração. A melhor maneira de fazer isso é passar a forma reduzida para a desenvolvida. Vamos ver:
Tunando meu carro, vou pegar todas as gatinhas! --> Forma Reduzida

Quando tunar meu carro, vou pegar todas as gatinhas! --> Forma Desenvolvida
Legenda:
Oração Principal
Oração Subordinada
Agora ficou mais fácil classificar. Então ficou assim:
Tunando meu carro --> Oração Subordinada Adverbial Temporal Reduzida de Gerúndio

vou pegar todas as gatinhas --> Oração Principal
Não mudou muita coisa. Só que agora tem que desenvolver a oração para classificar. Vou dar mais alguns exemplos:
Espero chegar em casa cedo --> Oração Subordinada Substantiva Obejtiva Direta Reduzida de Infinitivo

Ele contava
histórias de arrepiar até os mais corajosos. --> Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Reduzida de Infinitivo

Não é vergonhoso errar. --> Oração Subordinada Su
bstantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Na cidade, viam-se pessoas caminhando para o cemitério. --> Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Reduzida de Gerúndio

Mentindo assim
, você ficará em uma situação difícil --> Oração Subordinada Adverbial Condicional Reduzida de Gerúndio

Ferido no tornozelo
, ele não pode mais jogar --> Oração Subordinada Adverbial Causal Reduzida de Particípio

Fiquei surpresa com a casa, pintada de branco --> Oração Subordinada Adjetiva Explicativa Reduzida de Particípio

Mesmo vencido o campeonato
, permanecerão treinando. --> Oração Subordinada Adverbial Concessiva Reduzida de Particípio
Algumas observações finais:
  1. Orações reduzidas de infinitivo são mais comuns nas substantivas e nas adverbiais.
  2. Orações substantivas sempre serão reduzidas de infinitivo
  3. Em geral, as adverbiais vêm precedidas de preposição. Essa preposição pode facilitar na classificação sem desenvolvê-la. Exemplos: para designa finalidade/mesmo designa concessão.
  4. Não existem reduzidas das adverbiais comparativa e proporcional.
  5. Não há consecutiva e final reduzidas de gerúndios.
  6. Reduzidas de gerúndio são quase sempre adverbiais.
  7. Dependendo do contexto, as orações reduzidas podem permitir mais de um tipo de desenvolvimento.
Bem, aqui foram algumas dicas, mas não há a necessidade de decorá-las, pois se você estudar e praticar certinho, vai tirar as mesmas conclusões e até as suas próprias.

Só.

Obrigado por ler!
James Juice

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Análise Sintática 17 - Período Misto

Bem, já estudamos quase tudo. Faltam os casos em que há orações subordinadas misturadas a orações coordenadas, subordinadas misturadas a outras subordinadas, períodos com inúmeras orações e vírgulas, enfim: uma grande orgia de verbos! São os PERÍODOS MISTOS.

Mas não é tão difícil quanto parece, é só usar tudo o que aprendemos até agora. Por exemplo:
Como aconteceu no período das expansões marítimas, o homem anseia por novas terras, a fim de conquistá-las e explorá-las, porém, hoje, essas terras são outros planetas, que são inóspitos, ou será que não?
NOSSA! São muitos verbos, logo muitas orações e está tudo bem misto. Vamos primeiramente encontrar as orações:
  • Como aconteceu no período das expansões marítimas --> Oração 1
  • o homem anseia por novas terras --> Oração 2
  • a fim de conquistá-las --> Oração 3
  • e explorá-las --> Oração 4
  • porém, hoje, essas terras são outros planetas --> Oração 5
  • que são inóspitos --> Oração 6
  • ou será que não --> Oração 7
  • ou será --> Oração 8
  • que não --> Oração 9
Agora, analisá-las:
  1. Como aconteceu no período das expansões marítimas --> Oração Subordinada Adverbial Conformativa
  2. o homem anseia por novas terras --> Oração Principal da Oração 1, da Oração 3 da Oração 4 e Oração Coordenada Assindética
  3. a fim de conquistá-las --> Oração Subordinada Adverbial Final
  4. e [a fim de] explorá-las --> Oração Subordinada Adverbial Final
  5. porém, no caso, essas terras são planetas --> Oração Coordenada Sindética Adversativa e Oração Principal da Oração 6
  6. que são inóspitos --> Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
  7. ou será que não --> Oração Coordenada Sindética Alternativa
  8. ou será --> Oração Principal da Oração 9
  9. que não [são inóspitos] --> Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Uma legendinha meio óbvia:
Orações Subordinadas
Orações Coordenadas
Oração Principal
Pode-se perceber que, às vezes, temos que deduzir alguns termos omitidos na oração, podendo ser conjunções, como no caso 4, verbos, como no caso 9, entre outros.

Bom, tem mais uma parte sobre a tal Análise Sintática, não pare de acompanhar.

Obrigado por ler!
James Juice

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Análise Sintática 16 - Orações Coordenadas Sindéticas

Agora que já estamos familiarizados com as orações coordenadas, precisamos aprender as classificações das sindéticas.

De um modo geral, classificam-se pelo sentido que as conjunções transmitem, quase da mesma meneira que as subordinadas adverbiais. Vamos a elas:
  • ADITIVA: estabelecem relação de adição, soma. Exemplo: Caiu a chuva e a plantação cresceu. Principais conjunções: e, nem, mas também.
  • ADVERSATIVA: estabelecem relação de oposição. Exemplo: Tentei viajar com meu filho, mas ele não quis ir. Principais conjunções: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, e.
  • ALTERNATIVA: estabelecem relação de alternância. Exemplo: Ou arruma seu quarto, ou limpa o banheiro! Principais conjunções: ou ... ou, ora ... ora, ... , quer ... quer.
  • CONCLUSIVA: estabelecem relação de conclusão. Exemplo: Você descobriu uma nova espécie de peixe, logo vá pegar seu prêmio. Principais conjunções: logo, portanto, pois (depois do verbo), então.
  • EXPLICATIVA: estabelecem relação de explicação. Exemplo: Fica tranquilo, que eu cuido dela. Principais conjunções: pois, porque, que.
Legenda:
Orações Coordenadas Assindéticas
Orações Coordenadas Sindéticas
A classificação das coordenadas é basicamente analisar suas conjunções, pois, desta vez, as conjunções são mais específicas. Com exceção, por exemplo, do e, que quando estiver adicionando uma informação, é aditiva; quando contrapondo, adversativa; meio óbvio, mas pode virar pegadinha. Como nos casos abaixo:
Estudei para a prova e fui bem. --> Oração Coordenada Sindética Aditiva
Estudei para a prova e fui mal. --> Oração Coordenada Sindética Adversativa
Outra informação importante é que sempre se separa as orações coordenadas com vírgulas, menos nas aditivas, e nas alternativas é opcional.

Obrigado por ler!
James Juice